O governador de Pernambuco, João Lyra (PSB), afirmou na tarde desta quinta-feira, 14, que a tendência é de que o PSB continue a ter candidato próprio à Presidência da República nas eleições deste ano. De acordo com ele, apesar do momento de dor com a perda de Eduardo Campos, lideranças do partido já começaram a discutir quem deve ser o novo candidato.
Ele avaliou ainda que a candidata a vice na chapa, Marina Silva, é “sem dúvida” um grande nome, mas o partido “vai amadurecer essa decisão” e anunciar o mais rápido possível. Lyra afirmou que a definição da candidatura do PSB deve obedecer a “dois prazos”: o legal e o político.
“O legal são 10 dias, e o político nós temos que ter a consciência que o dia eleitoral começa no dia 19”, disse, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, após reunião entre a comitiva do PSB com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O socialista afirmou também que a unidade já defendida por Campos deverá prevalecer no processo de escolha do novo candidato. “Temos convicção e absoluta certeza de que o PSB vai encontrar o melhor caminho para suceder Campos”, afirmou. O governador pernambucano comentou que já chegou, inclusive, a conversar com o presidente interino do PSB, Roberto Amaral. “Essa é a tendência: de ter candidato próprio e deve se confirmar”, declarou, acrescentando logo em seguida:
“Não posso adiantar absolutamente nada em relação a isso, porque depende das conversações que vamos iniciar a partir de agora”. Em entrevista, Lyra não afirmou claramente se o PSB vai continuar apoiando Alckmin em São Paulo numa eventual candidatura de Marina Silva, mas agradeceu, em nome dele e da família de Campos, a solidariedade e o empenho do tucano no processo de identificação dos corpos das vítimas e das causas do acidente.
Ele afirmou que, por telefone, a presidente Dilma Rousseff colocou à disposição todos os serviços do governo federal e informou que os corpos devem ser transportados em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O governador afirmou que a identificação das vítimas deve ser concluída entre amanhã à tarde e sábado, a partir de quando serão levadas para os respectivos Estados.
O sepultamento deverá ocorrer 24 horas após os corpos chegarem aos respectivos destinos. Alckmin, por sua vez, não falou sobre política. Afirmou apenas que o governo está trabalhando para que a identificação dos corpos termine “o mais rapidamente”. Segundo ele, os corpos devem ser liberados entre dois e três dias. Assim como Lyra, Alckmin citou que a esposa de Campos, Renata Campos, pediu para que todos os sete corpos fossem liberados juntos, se possível. O tucano disse ainda que a coleta de perfil genético está praticamente encerrada e que faltava apenas a coleta do parente de um dos pilotos, mas que um técnico já teria ido a Minas para que isso fosse feito.
Por Igor Gadelha, Mateus Coutinho e Valmar Hupsel Filho