A presidente Dilma Rousseff recebeu na manhã desta quarta-feira o vice Michel Temer para uma reunião sobre no Planalto. Desde o dia 9 de dezembro, os dois não se encontravam. A reunião foi costurada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que iniciou o ano disposto a uma reaproximação com o pemedebista, a fim de aliviar a crise política. No encontro, Temer sugeriu que o governo deva ser kais servo, poderia ouvir mais os empresários e propôs reativar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.Com o fracasso do impeachment, que “ficou difícil”, segundo disse ontem o ex-presidente FHC, e “subiu no telhado”, nas palavras de Eliane Cantanhêde, Temer recuou em sua postura golpista, após embarcar no jogo de Eduardo Cunha. Em mensagem de final de ano, ele afirmou que desejava um 2016 repleto de “harmonia” no país, no PMDB, nas bancadas do PMDB. Ele tem sido ameaçado pelos peemedebistas no Senado de perder o comando do partido na convenção marcada para março.
Diante de uma plateia de banqueiros e investidores, o ex-presidente tucano afirmou ontem que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem o PSDB se aliou na conspiração golpista, é quem deve ser “impeachado”. Para o tucano, tirar Dilma não é a solução. “Sem querer absolvê-la, mas não basta tirá-la e colocar outro, porque a condição está aí, o Congresso desse jeito”, disse. A declaração ecoa o discurso da colunista Eliane Cantanhêde, que, no fim de semana, afirmou que ‘o impeachment subiu no telhado’.
Temer ponderou que o governo busque implementar propostas viáveisa partir da coleta de susb[idios com o setor produtivo. Eles se reuniram por mais de uma hora, pela primeira vez, neste ano, no Palácio do Planalto. O vice disse que deve participar da reunião do Conselho prevista para semana que vem.
Os dois discutiram ainda o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado ontem, que piorou a projeção de recuo da economia brasileira este ano. A estimativa para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) passou de -1% para -3,5%. Para o FMI, será o segundo ano consecutivo de queda da economia.
Em 2015, de acordo com o fundo, houve retração de 3,8%. Em 2017, a expectativa é de estabilidade, com estimativa de crescimento zero para o PIB. Em outubro do ano passado, o FMI projetava crescimento de 2,3%, em 2017.
Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, participaram do encontro.
Fonte: 247