O Instituto Indígena Multiétnico Pedra Branca, organização indígena Kamacã que há 4 anos articula as comunidades na defesa do seus direitos e do território sagrado, vem a público repudiar o ataque de fazendeiros contra povos indígenas da Etnia Pataxó Hã Hã Hãe, onde de forma pacífica realizaram a retomada do seu Território de Itapetinga-Ba.
A retomada aconteceu com idosos, crianças, mulheres, mas em uma ação cruel foi assinada Maria de Fátima Muniz e deixando baleados mais 4 parentes, entre eles o cacique Naiton.
Viemos expressar a nossa indignação frente à violência contra os povos indígenas que ocorre neste país há mais de 500 anos e que vem se agravando sistematicamente, como o ocorrido contra o povo pataxó, na região do Sudoeste da Bahia.
Esta situação não recebe atenção da grande mídia com a mesma evidência de outros fatos de menor ou nenhuma relevância. Assim apontamos para a necessidade de criar condições para a coexistência dos povos, sem discriminação de caráter étnico, religioso, racial, de classe social ou de gênero, entre outros.
Como ponto fundamental, urgente e inadiável, é o reconhecimento imediato à propriedade da terra pelos povos indígenas e para tanto, é preciso transformar o papel do Estado Brasileiro em eficiente mediador dos conflitos.
”Os inimigos dos povos indígenas tentam a todo custo construir rupturas e oposições artificiais entre nós. Eles não sabem, no entanto, que nossa ancestralidade é mais forte e mais potente do que qualquer divisão que eles possam tentar nos impor”
Instituto Indígena Pedra Branca,
Itapetinga – Bahia 22.01.2024