A eleição e seus medalhões
Nas ruas o grito da população é “fora os Hagges.” Como Itapetinga jamais emplacou uma terceira via, caso a oposição (claro, não fará isso), lançasse duas candidaturas, uma seria um verdadeiro fracasso, pois a população migraria em massa para a candidatura com maior condições para tirar o atual grupo que está à frete da prefeitura.
Uma das das candidaturas amargaria a casa de seus 2 mil votos, enquanto que a outra seria abraçada com vigor pela população, para tirar o atual grupo do poder, chegando provavelmente à casa de seus 18 mil votos.
Recordando 2008 com 4 candidaturas de oposição
Em 2008 a oposição laçou 4 candidaturas: Fábio Santos (PT do B); Edigar Mão Branca (PV), Renan Pereira (DEM) e José Carlos Moura (PT).
A população queria derrotar o então prefeito Michel Hagge (MDB), que buscava à reeleição. O eleitor, na época, percebendo o crescimento da candidatura de Moura, migrou em massa para elegê-lo prefeito, inclusive o próprio eleitor do ex-prefeito de José Otávio Curvelo — que no pleito era o candidato a vice na chapa de Renan.
Nem mesmo a vinda do governador Jaques Wagner na época, ao palanque do então candidato Michel, em nada mudou. Ao contrário: o eleitor em revolta aumentou ainda mais a frente de Moura.
Ao fechar as urnas os candidatos de oposição, Fábio Santos obteve 32 votos; Edigar Mão Branca conseguiu pouco mais de 400; Renan Pereira obteve em torno de 1.200; sendo eleito José Carlo Moura, com quase 19 mil votos.
O então prefeito Michel conseguiu mais de 12 mil votos. A frente entre Moura e Michel foi de 6.388 votos.
Pelo menos em Itapetinga esse tipo de comportamento do eleitor ocorre quando os dois lados (oposição e situação), lançam “MEDALHÕES” na disputa, ou esses Medalhões lançam seus representantes, sendo inclusive parentes. Em 2008 nas cabeças de chapa dos seus respectivos partidos os medalhões eram José Carlos Moura e Michel Hagge.
Que fique bem claro, em Itapetinga temos 3 chamados Medalhões na politica: José Carlos Moura, José Otavio Curvelo e Michel Hagge.
Em 2012, o então prefeito José Carlos Moura foi o único Medalhão na disputa, como não existiu Medalhão na oposição, os votos dos candidatos Kátia Espinheira e Arnaldo Teixeira, permaneceram com cada um, sem migração.
Caso o ex-prefeito José Otávio Curvelo tivesse sido um dos candidatos da oposição a Moura, poderia ter ocorrido uma migração para o ex-gestor, que é um dos Medalhões.
Sem Medalhão na oposição, 2020 não ocorreu migração para um candidato
Nas eleições de 2020 existiu Medalhão apenas de um lado, no caso, a situação, com o atual gestor, descendente direto de um dos Medalhões da política local, o ex-prefeito Michel.
Na oposição com 4 candidaturas: Amaral Júnior; Juraci Nunes; Gilson de Jesus e Paulo da Geladeira, não existiu Medalhão e nem parente direto de um dos três Medalhões citados.
2020 também foi uma eleição atípica, onde 65% dos prefeitos foram reeleitos, sendo a taxa de reeleição de prefeitos a maior em 12 anos. Os recursos da pandemia os ajudaram em suas disputas.
2024 a eleição seguirá o curso normal com parentes de Medalhões no jogo
O pleito de 2024 seguirá o curso normal, sem imprevisto, tendo o gestor itapetinguense de lutar contra sua rejeição por conta da não realização de obras no município, e com dois parentes direto dos Medalhões na disputa, no caso, a ex-primeira-dama Cida Moura, esposa do ex-prefeito José Carlos Moura e Eduardo Hagge, filho do também ex-prefeito Michel.
Não representantes de Medalhões e nem parentes, temos também na disputa: o presidente da Câmara João de Deus e o contabilista e ex-vereador Alfredo Cabral de Assis.
Por Roberto Alves,
domingo, 21.04.2024
4 comentários em “ITAPETINGA | SE A OPOSIÇÃO CHEGASSE A LANÇAR DUAS CANDIDATURAS, UMA SERIA UM VERDADEIRO FRACASSO”
Bela reflexão factual. Vc é o cara!
Afinal, quem será vice de que. João de Cida ou Cida de João?
Enquanto a oposição não se entende, bate cabeça e não encontra um rumo, os ratos vão abandonando o barco. Um a um, pessoas que se deram muito bem nos governos do PT, sentindo que a canoa tá furada e vislumbrando a vitória do continuismo começam a pular de lado sempre se anunciando como líder de alguma bagaço a arrumam logo um carguinho na prefeitura. Semana passada, mais um “pastor” pulou e já arrumou a boquinha.
Seus textos sempre levam á reflexão, parabéns por mais uma belíssisma análise
Muito bom a narração, vc conhece a nossa política