Fico impressionado com a condição alienada do povo brasileiro, ou parte dele. Os caminhos que estão se desenhando para os trabalhadores do Brasil é no mínimo tenebroso. O absurdo do retrocesso que foi aprovado no dia 10 de agosto, na calada da noite enquanto a Globo divertia a população com o jogo Brasil e Dinamarca, chega a beira do surreal. Na calada da noite, por 59 votos favoráveis e 21 contra, o Senado deu mais um passo rumo à aprovação do fim das férias, do 13º salário, aumento da idade para aposentadoria, congelamento de salários por 20 anos, privatizações de empresas públicas e troca do nome do Brasil de República Federativa do Brasil para “República Golpista das Propinas do Brasil”.
É importante você entender o principal viés dessa questão que é a articulação de um estado neoliberal no Brasil. Entre suas propostas de desregulamentação, o neoliberalismo colocou forte ênfase na “flexibilização laboral”. Um nome bonito para dizer precarizaçao das relações de trabalho, ou seja o trabalho sem carteira de trabalho.
Esta foi uma das transformações mais importantes pregadas pelo neoliberalismo. Junto a ela promoveu a invisibilização das temáticas do mundo do trabalho. O aumento do desemprego e do que eles chamam de “desemprego tecnológico”, alegando que a tecnologia dispensa mão de obra, produzindo mais com menos trabalhadores, com aumentos de produtividade. Colocaria-se para o trabalhador a alternativa entre seguir empregado, mas baixando a produtividade e a competitividade da empresa e do próprio país ou sair do mercado para melhorar sua qualificação e retornar depois. Na verdade, não existe o tal “desemprego tecnológico”.
Quando há um aumento de produtividade, significa que se pode produzir a mesma mercadoria em menos tempo, digamos, na metade do tempo. Não se deduz imediatamente daí, que se deve expulsar trabalhadores dos seus empregos. Há três alternativas: ou se produz o dobro da mesma mercadoria e se mantém a todos os trabalhadores empregados. Ou se produz a mesma quantidade de mercadorias e se diminui a jornada de trabalho pela metade. Ou então – que é o costume acontecer – se continua produzindo a mesma quantidade de mercadorias e se manda embora a metade dos trabalhadores.
Não é a tecnologia que manda embora aos trabalhadores, não é ela que desemprega. É a luta de classes, é quem se apropria do desenvolvimento tecnológico, que pode servir seja para diminuir a jornada de trabalho ou para aumentar os lucros dos empresários. Mas nada disso será permitido se a CLT permanecer intacta. Ainda há tempo de nos mobilizarmos para mudança deste estado de coisas. Ainda podemos barrar o golpe, ainda podemos recobrar o juízo de que o que está na mesa de jogo é muito mais que partidarismos fúteis.
No entanto caso fique tudo como está, se consolide a cassação de Dilma, os movimentos sociais e sindicais que se preparem para encarar a Lei Anti terror inaugurada durante as Olimpíadas. O interino Michel Temer utilizará dessa ferramenta antidemocrática visando a retirada de direitos sociais e trabalhista. Ele já deu mostras na Olimpíada quando censurou manifestações contra o golpe nas arenas dos jogos no Rio. Paralelamente a perdas de direitos políticos, sociais e trabalhistas, se legitimado à condição de titular, Temer não medirá esforços para cassar partidos e criminalizar ainda mais a oposição para consolidar o golpe de Estado contra os trabalhadores e o povo brasileiro.
Por Tales Pita
Graduado em História, Especialista em Educação e Educador de Rua
3 comentários em “TRABALHO SEM DIREITOS TRABALHISTAS: É ISSO QUE VOCÊ DESEJA PARA O BRASIL?”
PRELIMINAMENTE QUERO PARABENIZAR O CIDADE ACONTECE POR PERMITIR QUE ARTIGOS DE GRANDE RELEVÂNCIA SEJA PUBLICADO, ASSIM SENDO PERMITA-ME O AUTOR FAZER O SEGUINTE COMENTÁRIO.
Se esse golpe se confirmar, o Brasil assina um atestado de burrice e passaporte para grande tragédia. O momento é de paralisia social, por outro lado a classe média já começou a perceber que estão sendo enganados, mas, não vão reconhecer isto de imediato.
Por outro lado, as classes mais pobres estão precionadas pelo momento econômico, que não está sendo fácil, além de mal informados.
É bom que se diga, se a Dilma cair toda a atenção crítica vai se concentrar no grupo que estiver no comando. E QUANDO A FICHA CAIR AÍ A MASSA VAI REAGIR. SERÁ QUE NÃO VAI SER TARDE?
WASHINGTON MENDES
EX-VEREADOR DE DIADEMA/SP
Porque não colocou este jovem rapaz para discursar lá no plenário a favor de Dilma aí ele lia esse texto lá quem sabe os senadores voltam atrás ainda tem tempo mandem ele pra lá quem sabe consiga reverter a situação por que Eduardo Cardozo não conseguiu eu acho que com esse conversinha ele consiga kkkkkkkkk tchau querida
Esse governo de ladrão nao existe, Temer é o chefe da quadrilha, Brasilzão fodido